Sobre o Disco


Themilton Tavares, um ator de teatro nascido em Niterói em 1946, falecido em março de 2016, que se encantou com Paraty. Foi morar na cidade nos anos setenta (1975), deixando sua carreira em São Paulo para mudar de vida. Themilton dá o tom de uma nova organização política dos anos 1970 em Paraty através da arte.
Para mais referências, ver página 60 do catálogo da exposição "Para uma história cultural de Paraty: 1945 a 2019".
Disco Carnaval 1979 Paraty é um compacto com quatro faixas, duas de cada lado, e duração total de 8 minutos. Não há referências a um produtor fonográfico, figura jurídica detentora dos direitos de reprodução pública da gravação. Nem tampouco indicações de quem financiou a produção do disco. O som do disco indica o caráter coletivo de sua produção. Na gravação ao vivo ressoa um salão, talvez um galpão de escola.
A primeira faixa é um samba de enredo, única faixa que conta com um intérprete (puxador), Diquinho da Villa. É a única voz individual em destaque. As outras faixas são cantadas em coro pelo grupo de teatro Guarda a Chave no Trombone. O acompanhamento é feito de cordas, banda de sopros e percussão.
A capa traz um desenho em negrito (preto contra fundo branco) de uma cena estilizada de carnaval, com janelas em arco colonial ao fundo. Na frente, um porta-bandeira masculino, com uma bandeira negra onde se lê “Carnaval” em branco, e uma porta-estandarte feminina, com a inscrição em negro sobre branco “1979 Paraty”. O detalhe é que todas as informações da contracapa do disco são escritas à mão, em letra bastão, o que reforça a impressão de um trabalho feito em uma escola.
A contracapa é rica em informações. Dou destaque para a existência de créditos nominais dos membros do grupo de teatro Guarda a Chave no Trombone, da Sociedade Musical Santa Cecília e dos ritmistas da Escola de Samba Villa de Paraty. Ou seja, de todos os que participaram do registro sonoro no disco. Fato inédito no conjunto de discos compactos de Paraty.

